Artigo baseado no
Filme Nacional “Querô”
Quer criar um
bandido? Mande-o para a CASA. É isto que o filme Querô mostra. A escola de
bandidos ironicamente é a mesma instituição que foi criada para “corrigí-los”
para a sociedade. Imagine um pit bull preso, acorrentado em um quartinho, só
com água e uma porção mínima de comida. Depois de 6 meses ele consegue fugir
desse quartinho. Imagine o que este cão fará... Ele trucidará quem passar pela
sua frente. E não importa se é uma pessoa de 2 metros de altura ou uma criança
de 6 meses. Este cão estará com raiva e faminto por liberdade. É mais ou menos
o que acontece com a MAIORIA das crianças e adolescentes que vão para uma CASA,
ou melhor, para a FEBEM. Não quero dizer que as crianças e adolescentes que vão
para a CASA são cães. O que estou querendo dizer é que, independente de ser
humano ou um cão, quando criaturas são presas em um “quartinho” que só lhes
oferece violência contra o seu corpo e mente, a raiva nasce. E essa raiva quer
ser extravasada.
“Raiva é um
negócio que ninguém tira da gente... Raiva a gente não pede, a gente ganha!”.
Essas são as frases iniciais do filme e são as mais marcantes. Mostra
exatamente o que milhões de crianças e adolescentes sentem pelo mundo. Isso
porque são abandonadas pelos pais, passam fome, são maltratadas e humilhadas
todos os dias. Seus corpos são abusados e corrompidos. Então, a única opção que
essas crianças enxergam é o ódio. E é através dele que dão os primeiros passos
no caminho do crime. Talvez a única opção que uma criança que mora na rua vê
seja roubar, se prostituir ou vender drogas, porque ela precisa sobreviver de
alguma forma. Aí a polícia prende o “menor infrator” e o manda para a CASA. Aí
sim, a criança poderá aprender a entrar direito no crime. Depois de 10 anos
essa criança poderá estar morta por causa do crime e enterrada em qualquer
lugar como indigente. Só que antes de morrer, poderá ter matado muitos.
Inclusive, um filho teu...
Não adianta o
país construir milhares de CASAS se essas não possuírem um método de correção
baseado no respeito e na ética para com o próximo. Violência só gera violência.
Ainda mais quando se trata de crianças. Tudo que ela vivenciar na infância,
será refletido quando ela se tornar um adulto. Projetos bons para ajudar a evitar
que crianças ingressem no mundo do crime são o que não falta no país. O que
falta é o interesse do governo e do próprio povo brasileiro que não está nem aí
para o que acontece com suas crianças. Projetos que utilizam o esporte, música,
artes, literatura e o respeito para com o próximo existem muitos no Brasil. Só
que os políticos talvez achem que esses projetos sejam um “roubo” para os cofres
públicos, ou melhor, um “roubo” para os bolsos deles.
Aí preferem
fazer projetos como o do “lenço umedecido para limpar carrinhos de compras no
supermercado” ou um projeto que declare o “dia oficial do torcedor americano”
ou ainda o projeto de “colocação de mensagens sociais nas assinaturas de
e-mails de órgãos públicos". É só verificar que projetos como estes
existem na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, que de acordo com a ONG Transparência
Brasil, 3016 projetos não tem relevância nenhuma para a população mineira. Então,
os nossos “queridíssimos” deputados estaduais gastam por ano uma quantia de
quase 1 bilhão de reais para manter a Assembleia com projetos como estes.
Imagine o que 1 bilhão de reais por ano poderia fazer de bom para as crianças
de rua... Ops! Não posso falar mal do governo de Minas Gerais! Aqui, eles têm a
“mania de caçar” quem fala mal deles... Agora já era! Você também
pode dar uma “passeada” pela “casinha” da Dilma, o Palácio da Alvorada, e ver
quanto de dinheiro é gasto para manter aquela mansão. Eu dei uma “passeada” por
lá e fiquei boquiaberta em imaginar os gastos que são feitos para manter aquele
luxo. Enquanto as nossas crianças dormem na rua, os nossos políticos dormem em
“camas” de ouro...
Estamos em uma
guerra silenciosa que só ganha alguma voz baseada no som de um tiro de arma.
Enquanto não entendermos o conceito de comunidade não saberemos o que é a
verdadeira sociedade. O que se passa com
uma criança em outro estado, interfere sim, diretamente em nossas vidas. Aquela
criança poderá ser em um futuro não muito distante, um assassino que mata você
ou seu filho por causa de dinheiro. Um diálogo interessante do filme Querô é
quando a assistente social pergunta o que ele fará quando sair da FEBEM. Ele,
então responde “Tenho que conseguir uma arma”. Milhares de crianças pensam como
Querô. Porque é através da arma que elas conseguem chamar atenção de um povo
que só pensa em “bunda” grande, futebol e putaria.
Filme completo:
Reportagem CQC sobre a Assembleia de Minas Gerais
Bela critica!
ResponderExcluir