segunda-feira, 21 de março de 2011

A história se repete (O desastre de Chernobyl)

Artigo baseado no documentário: O DESASTRE DE CHERNOBYL 



             Sexta-feira, 25 de abril de 1986. Era um dia lindo de primavera na Ucrânia. Todos da cidade de Prypyat esperavam ansiosos a inauguração do parque de diversões que seria no próximo domingo. Enquanto esperava seu filho voltar da escola, Jenna, uma jovem mãe de 25 anos, amamentava seu bebê. Ela estava feliz, pois tinha tudo o que sempre sonhara: 2 filhos lindos, um marido maravilhoso e um lugar tranqüilo para se viver. Jenna fazia planos para o domingo em família. Iria fazer um piquenique com os 2 filhos e o marido e logo depois iriam para o parque de diversões. Seria um dia perfeito para a família.  O que Jenna não imaginava é que este dia de sonhos nunca chegaria. O que chegaria seria um dia de pesadelos para todos da pequena Prypyat e para o mundo inteiro. O maior desastre nuclear estava pronto para acontecer e acabar com centenas de milhares de vidas: o desastre de Chernobyl.
               Uma série de explosões em uma usina nuclear a 3 km da cidade seria o tema de discussões sobre até que ponto a humanidade se arriscaria a utilizar a energia nuclear. Parece que o desastre de Chernobyl não adiantou muito. Os próprios homens construíram seu pior inimigo. E não é qualquer inimigo. É o mais poderoso, o mais mortal, o mais perfeito. E um detalhe que faria inveja em toda a Al-Qaeda: era um inimigo invisível. Mesmo com a dizimação de milhares de vidas e a contaminação de solos, vegetação e água pela radiação, as nações não aprenderem quase nada com o desastre de Chernobyl. Ainda continuamos a “brincar” com o nosso maior e pior inimigo.
               Estamos no ano de 2011, dia 11 de março, Japão. Kito, assim como Jenna, 25 anos antes, espera seu filho sair da escola. Ela estava feliz porque tinha a família perfeita: um marido maravilhoso, um filho lindo e morava em um país de primeiro mundo. Um país super desenvolvido, com aparatos tecnológicos de última geração. O país dos sonhos de qualquer cidadão. Kito planejava o próximo domingo com a família: iriam para a praia. Seria um dia perfeito. Mas aquele dia também não aconteceria. Um tsunami varreu a cidade de Kito e o pior inimigo da humanidade, antes encarcerado na usina nuclear, estava solto.  Rondando não somente a família de Kito, mas todo esse país mega desenvolvido e, porque não dizer, rondando o mundo.
               É engraçado como a história se repete. As histórias de Jenna e Kito são parecidas e ambas foram marcadas por tragédias. A história de Jenna sabemos o final. Todos da sua família foram contaminados pela radiação. Jenna perdeu seus 2 filhos e marido. Ela foi a única que sobreviveu. Atualmente está com câncer de tireóide e já sabe que a morte a espera. Já a família de Kito sobreviveu ao tsunami, mas resta saber se sobreviverá à radiação.
               As tragédias de Chernobyl e a do Japão estão sendo marcadas também por outro inimigo criado pelo homem: a mentira. Em Chernobyl, o governo soviético não divulgou os fatos reais para a população na época. Somente depois de 20 anos que o mundo foi saber a gravidade dos acontecimentos de Chernobyl. No Japão, o governo diz que a situação está sob controle. O que mais intriga é que em Chernobyl até hoje a situação não está sob controle, pois a radiação continua a contaminar solo, vegetação e água. Isso sem contar que o sarcófago criado sobre a usina tem “validade” de 30 anos. Já se passaram 25 anos e ainda não há um novo sarcófago. A Ucrânia não tem dinheiro para construí-lo. Como o Japão em apenas 1 semana está com a situação sob controle?
               Está claro para o mundo que a história se repete. O nível de radiação no Japão pode ser comparado ao nível de radiação em Chernobyl. E não estamos distantes de um desastre nuclear. Será que ainda assim vamos continuar a “brincar” com o nosso maior e pior inimigo ou vamos procurar uma fonte limpa de energia? O que não aprendemos é que o maior triunfo de um país pode ser a sua pior tragédia. A humanidade é como um bebê brincando com uma afiada faca. E mesmo com cicatrizes profundas, continua a brincar...

Vídeo: O desastre de Chernobyl

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