quarta-feira, 13 de abril de 2011

Olga X Mulheres Frutas (Olga)

Artigo baseado no filme OLGA


             A cultura celta tinha um grande respeito pela figura feminina, pois era uma sociedade matriarcal. As mulheres celtas cuidavam das plantações, enquanto os homens cuidavam da caça. Por esse motivo e por outros, eram respeitadas, pois através delas, as sementes germinavam. Elas geravam os filhos e davam seqüência a linhagem celta ao mesmo tempo em que travavam batalhas para defender seu povo. Eram consideradas guerreiras e deusas pelos homens. Segundo historiadores, a terra de origem dos celtas era uma região da Áustria, perto do sul da Alemanha. A mesma Alemanha onde nasceu Olga Benario. Olga não era uma celta, mas seu espírito guerreiro lembrava muito as mulheres celtas que um dia habitaram a Alemanha. Ela lutou bravamente para defender o seu povo e outro que não era o seu.  Mas, ela não viveu em uma sociedade matriarcal como os celtas.

               Olga viveu em uma sociedade patriarcal, dominada por homens, onde o papel de uma mulher era somente ter filhos e ser uma pacata e calada dona de casa. Ela se destacou das demais, lutando para libertar seu povo e assumindo um papel de liderança árdua entre os seus companheiros. Era rebelde, ousada e possuía uma inteligência que despertou paixão e ódio. Olga não pôde usufruir dos frutos do movimento feminista e por isso, não teve os direitos que as mulheres atuais têm. Ela lutou contra o seu tempo. Atualmente as mulheres conquistaram o seu espaço e conseguiram se destacar em um mercado de trabalho dominado pelos homens. Nós, mulheres, conquistamos a tão sonhada independência do mundo varão.  Mas, ao mesmo tempo em que conquistamos direitos, conquistamos também rótulos dignos de propaganda de cerveja.
               Hoje em dia, na maioria das vezes, o valor da mulher não está em sua capacidade de organização ou nem mesmo na sua inteligência. A mulher se destaca pelo tamanho de suas nádegas ou dos seus seios. São até rotuladas de mulheres frutas ou mulheres gostosas. É um triste quadro de como as mulheres são vistas no século XXI. Nada contra a mulher moderna ter um corpo bonito, mas quando isto significa ser vista como “mulher objeto”, faz cair por terra todos os ideais que um dia, outras mulheres, como Olga, lutaram e conquistaram. A mulher moderna esqueceu-se de como é lutar pelos seus direitos e disse “sim” ao mundo patriarcal. Disse “sim” ao “sou mulher objeto”, disse “sim” ao “me bata, eu aceito”, disse “sim” ao materialismo desenfreado.
               Será engraçado imaginar como, nós, mulheres atuais, seremos lembradas daqui a 50 anos. Seremos lembradas pelo tamanho de nossas “bundas” ou dos nossos “peitões” implantados cirurgicamente. Quem sabe seremos lembradas pelo nosso modo selvagem na cama ou pelo modo de como armávamos um “barraco” quando irritadas. Será horrível ter a nossa geração lembrada desse jeito. Infelizmente, estamos caminhando para isso, pois hoje, somos educadas para serem assim: mulheres objetos. É isso que nossas meninas vêem na TV, pois são educadas por desfiles de moda de uma sociedade que cultua o corpo mais do que a mente e inteligência.  Estamos criando um exército de mulheres objetos e seremos lembradas por isso. Diferentemente da geração de Olga, que lutou, ousou e fez a diferença em uma sociedade cheia de valores machistas. Essa geração pulsava conhecimento, ansiava por liberdade e por isso produziu mulheres respeitadas e guerreiras como as antigas celtas.
               A resposta para alterarmos o nosso quadro futuro está mais uma vez na mudança da educação de nosso povo. Através da educação, muda-se um país e sua visão. Quem sabe assim, seremos lembradas como mulheres lindas e inteligentes que um dia mudaram um país para melhor. E não como mulheres que só têm a “bunda” do tamanho de uma melancia e o cérebro do tamanho de uma azeitona. 

TRAILER DO FILME OLGA


LINK PARA DOWNLOAD DO FILME: